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Serra Rio do Rastro

Seja bem vindo a nossa sessão Guia de Viagem. Aqui você encontrará informações sobre os muitos locais que se pode visitar a bordo de uma moto. Contará com histórias, experiências de vida, amizade, humor e tudo o que um bom passeio de motos pode proporcionar. Neste primeiro artigo iremos contar como foi o primeiro passeio da comunidade MOTONLINER SUL realizado nos dias 5 e 6 de setembro de 2009 saindo de Joinville seguindo até a serra Rio do Rastro e Serra do Corvo Branco.


O passeio foi arquitetado e realizado por nós da comunidade Motonliner Sul, onde 5 motos saíram de Joinville, uma de Imbituba e outra de Tubarão. Como o motociclismo é uma caixinha de surpresas e uma grande família, tivemos o prazer de encontrar com o Jorge e o Furlaneto, membros da comunidade MotoTurismo SC, que não pensaram duas vezes e toparam seguir boa parte do trajeto junto a nós. Foram aproximadamente 30 dias de muita conversa entre todos os membros da comunidade. Por fim escolhemos visitar a serra Rio do Rastro e Serra do Corvo Branco.


Meu grupo saiu de Joinville as 3 da tarde, em 05/09/09 e nosso percurso do primeiro dia saindo de Joinville foi rodar aproximadamente 350 quilômetros até São Ludgero, uma pequena cidade situada próximo a Orleans, bem ao pé da serra Rio do Rastro. A maior parte desta etapa inicial foi feita pela rodovia 101, o tempo neste dia estava com temperatura amena e céu entre nuvens. Fizemos nossa primeira parada para abastecimento a 180km de Joinville, bem próximo a Florianópolis onde pegamos um pequeno congestionamento devido ao feriado prolongado de 7 setembro.


Mas sem maiores preocupações pois afinal estávamos de moto. De Joinville até Floripa são 190 km de estradas duplicadas e bem sinalizadas. Passando Floripa até chegarmos a São Ludgero a estrada muda para pista simples com intenso movimento de carros e caminhões nos dois sentidos, o que exigiu muito mais atenção e calma de todos.


Como a estrada esta passando por reformas e também está sendo duplicada é interessante manter uma velocidade entre 90 e 100 km pois existem muitos desvios e viadutos em construção que a noite podem trazer um perigo extra. Chegamos em São Ludgero às 9 da noite, onde fomos muito bem recebidos pela tia do Diego (membro do grupo de Joinville). Deu tempo de todos tomarem aquele banho e ver a seleção ganhar da Argentina e fechar o primeiro dia do passeio com chave de ouro.


No dia seguinte acordamos por volta das 6:30 da manhã, tomamos um grande café da manhã e partimos rumo ao Mirante da Serra Rio do Rastro onde o resto do pessoal da comunidade nos aguardava. A temperatura na região da serra é baixa e o cuidado com a vestimenta tem que ser avaliada. Aconselho o uso de uma boa jaqueta, luvas e alguma blusa de lã ou moletom por baixo da jaqueta para não ser pego desprevenido e acabar passando frio. Como é uma região de altitude elevada é comum encontrar neblina em alguns momentos do dia, por isso é importante manter o cuidado com a velocidade, pois a umidade no asfalto pode deixar a pista escorregadia, sem contar na perda de visibilidade que por si só já é motivo para redobrar a atenção.


Como descrever com palavras algo de tanta beleza? As fotos dão uma idéia, mas a paisagem vista pessoalmente impressiona. A estrada contorna toda a serra até o topo onde se encontra o mirante principal. Existem alguns pontos entre o pé da serra e o topo que possibilitam parar a moto ou carro para tirar fotos. A nossa subida foi tranqüila, sem pressa, algumas paradas para fotos.


Fica a dica não se esqueça de levar uma máquina fotográfica porque ir a um lugar desses e não guardar uma lembrança é até um pecado. Chegamos por volta das 10:15 da manhã no topo da serra onde os outros dois participantes (Luis e Rafael) nos aguardavam. Saindo do mirante no topo da serra são aproximadamente 65 km até Urubici. Neste trecho trafegamos por estradas bem cuidadas e com muitas curvas. Chegamos em Urubici onde fizemos nossa parada para o almoço e descanso.


A cidade de Urubici pode ser pequena em tamanho mas grande em beleza e hospitalidade. É nesta cidade que se encontram a maioria dos hotéis da região. Os preços variam de 60 a 400 reais a diária caso você seja mais exigente. Como dito acima, Urubici é uma típica cidade de interior, com uma avenida principal cortando toda a cidade e é aqui que venho deixar um pequeno aviso! O limite de velocidade é de 50 km, controlados por radar eletrônico instalados em alguns pontos desta avenida principal e monitoram inclusive motos. Por isso não de bobeira e mantenha uma velocidade de 40 km dentro da cidade para não ter maiores aborrecimentos


O tempo neste dia não estava dos mais favoráveis para um passeio de moto. O céu estava encoberto por nuvens e constantemente ameaçava chuva. Após o almoço nos reunimos em um posto de gasolina reabastecemos e fizemos uma pequena reunião com o grupo para discutir e decidir a segunda parte do passeio. Tínhamos 2 opções: 1 voltar por onde viemos até ali e realizar a descida da Serra Rio do Rastro ou 2 fazer o percurso da Serra do Corvo Branco, com aproximadamente 70 km de estradas de cascalho, pedras e possivelmente barro.


Como podem ver nas fotos, sim nós fomos até a Serra do Corvo Branco. Afinal de contas o que você vai contar para os seus netinhos? O acesso a esta Serra é feita por uma estrada de chão. São aproximadamente 70km de buracos, pedras e tudo o que tem direito. Inclusive barro casa esteja chovendo. Mas que fique bem claro, não é nenhum bicho de 7 cabeças nem algo intransponível ou de difícil acesso. É na verdade uma estrada de chão com características inerentes a este tipo de piso.


Motos trail terão maior facilidade e motos street se tomados os devidos cuidados poderão realizar esse passeio sem maiores problemas. A estrada que da acesso a Serra do Corvo Branco começa em Urubici. Após rodar 10km, você pode dobrar a direita em uma entrada secundária para visitar a pedra furada, véu da noiva e as instalações do sindacta, mas infelizmente devido a uma queda de barreira não foi possível chegar a estes locais no dia em que estivemos ali.


Seguimos em frente pela estrada principal e após 30 km, chegamos a tão esperada Serra do Corvo Branco. Vale todos os km rodado na terra, pedra, e poeira ( tinha me esquecido! como não estava chovendo, no lugar do barro tinha bastante poeira rsss) mas voltando ao assunto, vale muito a pena e você vai se deparar com paisagens belíssimas e uma vista impressionante. Um aviso! Cuidado como você estaciona a moto no topo desta serra, pois geralmente venta muito por ali e isso pode derrubar sua moto como aconteceu com a Falcon do nosso grande amigo Diego.


Felizmente não foi nada sério e só o capacete teve alguns arranhões. Após sessão de fotos e do tombo da moto do Diego é chegada a hora de finalizar o passeio. Seguimos rumo a Grão-Pará 35 km serra abaixo. Não encontramos nenhum problema com a descida desta serra. Mas seguir algumas dicas pode ajudar você a não ter surpresas. Mantenha uma velocidade constante, segura e mantenha uma boa distância entre você e quem estiver na sua frente. Use sempre freio-motor e freio traseiro. Evite usar o freio dianteiro tendo em vista que o terreno possui muitas pedras soltas e um descuido pode ocasionar em uma queda.


Tanto você quanto sua moto possuem limites e é sempre importante respeitá-los. A chegada a Grão-Pará foi marcada por um imprevisto. A Sahara de nosso amigo Furlaneto apresentou problemas mecânicos e precisou ficar na cidade para reparos. Estando na estrada todos nós estamos sujeitos a enfrentar problemas. Um pneu furado, um problema mecânico ou elétrico.


São muitas as coisas que podem acontecer na estrada. Até mesmo um acidente, mas ficou bem claro que tudo isso é facilmente contornado quando se anda em grupo. Com isso quero finalizar dizendo que foi um prazer realizar esse passeio, creio que fizemos novas amizades e conseguimos realizar o nosso objetivo com sucesso. Deixo meu grande abraço a todos que participaram do passeio e não podemos deixar de lembrar-se das meninas do passeio. Sem elas muitas das fotos não seriam tiradas. Até a próxima.

 

Autor: João Carlos »

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